Por que devo limpar os materiais recicláveis antes de descartá-lo em meu condomínio?

Ao separar os materiais recicláveis, muitas vezes os descartamos de qualquer maneira, sem fazer nenhum tipo de limpeza. Porém, isso pode prejudicar a coleta seletiva de diversas maneiras.

Imagine que acabou o requeijão e você coloca o pote no reciclável sem passar nenhuma água. Este pote vai ficar armazenado no coletor de recicláveis por alguns dias dentro da sua casa, em seguida ele irá parar nos coletores do condomínio, onde poderá ficar por mais uma semana até passar a coleta seletiva na rua. Então, ao chegar à cooperativa, onde poderá esperar mais alguns dias até ser triado (s separado por seu tipo de material), este pote continuará sujo. Por fim, ele será levado para a recicladora, onde dias se somam a essa espera, até que a embalagem seja efetivamente transformada.

Considerando que este pote estava sujo o tempo inteiro neste percurso até ser reciclado, quais prejuízos a falta de higiene poderá causar?

São eles: Mau cheiro, atração de insetos e animais, proliferação de bactérias e fungos – aqui, com riscos de gerar doenças em quem for manuseá-lo, principalmente, os funcionários de empresas ou cooperativas de reciclagem. Além disso, esse pote estará misturado com outros materiais recicláveis, como o papel, o que poderá causar danos a este, ao sujá-lo e até inviabilizar a reciclagem do mesmo.

Pensando em todas essas questões envolvidas, percebemos a importância da limpeza dos materiais recicláveis. Mas, como fica o consumo da água nesses processos, ele não seria excessivo? Não teríamos também que economizar água? Sim, sempre temos que buscar a diminuir nosso consumo de água. Por isso, seguem aqui algumas dicas de como fazer essa limpeza dos materiais.

Limpeza: da “cozinha” para a reciclagem

Primeiramente, não precisa ser feita aquela limpeza de esfregar com água e sabão, mas, sim, tirar o excesso! Para garrafas de plástico ou vidro e embalagens longa vida de leite ou suco, deve-se colocar um ou dois dedos de água, chacoalhar e despejar o conteúdo na pia, para tirar aquele restinho que sempre fica no fundo e nas paredes do recipiente.

No caso de potes que contenham produtos que deixam bastante resíduo na embalagem, por exemplo, o de margarina, requeijão e leite condensado, a dica é colocá-los dentro da pia enquanto se lava a louça, dessa maneira a água com sabão irá cair sobre eles, fazendo, aos poucos, uma pré-lavagem sem gastar mais.

Quanto aos papéis, devemos prestar bastante atenção. Papel sujo não vai para o reciclável, como o higiênico, guardanapo e jornal com as necessidades do seu PET. Isso tudo é rejeito, ou seja, não tem como reaproveitar de maneira alguma! Caixa de pizza é o que mais gera dúvida, então lá vai a dica: a tampa está sempre limpa, e não só pode, como deve ir para o reciclável!! Já a base da caixa onde se coloca pizza, dependerá de seu estado: às vezes ela fica com muita gordura, especialmente daquele queijo derretido que é uma delícia, mas não, não pode ir para o reciclável! Agora, se a mesma contiver somente alguns pinguinhos e machinhas de gordura, não haverá problema em destiná-lo à reciclagem junto com a tampa. Não esqueça de tirar os caroços de azeitona antes de descartar a embalagem, pois pode inviabilizar a reciclagem. Importante lembrar que papel higiênico, guardanapo e papel toalha NUNCA são recicláveis (limpos ou sujos).

Portanto, a limpeza dos materiais recicláveis é sempre importante para evitar o mau cheiro até mesmo dentro da sua casa e não atrair insetos, que podem trazer doenças. E também para não prejudicar a qualidade do material, que dependendo do quão sujo está, acabará inviabilizando a reciclagem, pois resíduos sujos podem danificar os maquinários utilizados no processo.

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Autor

  • Nathália Vegi Bohner

    Engenheira Ambiental graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), pós-graduada em Sistemas de Gestão Integrados pelo Senac. É sócia da empresa ECOPRO Engenharia e Projetos Ltda. Com conhecimentos na área de Gestão de Resíduos Sólidos, já atuou em indústria multinacional e possui experiência em Educação Ambiental, incluindo treinamentos de condôminos, síndicos e funcionários. Atua também na área de Avaliação de Passivos Ambientais.

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