A norma relativa ao Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), a NBR 5.419/2015 (da Associação Brasileira de Normas Técnicas), recebeu atualização em maio de 2105 e incorporou mais quesitos de avaliação de segurança. “A nova estruturação tornou a norma mais completa e detalhada, o que aumentará a segurança das edificações”, avalia o engenheiro Ayrton Barros, da área de perícias e segurança do trabalho. Segundo ele, os síndicos terão que fazer algumas adaptações, conforme resume a seguir.
Mudanças para a contratação do laudo de para-raios
“Tornou-se necessária a medição da continuidade das estruturas, nos casos de descidas naturais (pela ferragem do concreto, sem o cabo externo). A NBR atualizada também passou a considerar as estruturas da vizinhança e determinou a instalação de DPS (Dispositivo de Proteção de Surto).”
Análise de novos fatores de risco
“A análise de risco tornou-se obrigatória. É uma das etapas mais importantes na elaboração de um projeto de SPDA, pois permite avaliar as condições da estrutura, a situação no entorno e os sistemas adjacentes. Ela abrange fatores como densidade das descargas atmosféricas e o meio ambiente, a partir do que iniciamos análise de risco para a edificação em dada região, para cada tipo.”
Adaptações nos equipamentos instalados hoje nos condomínios
“A maioria das edificações deverá fazer adequações, com a instalação de DPS, aumentando a segurança da edificação e dos equipamentos eletroeletrônicos, visto que esses dispositivos descarregam para a terra surtos que anteriormente seguiam livremente pela rede de fios. Mas esse é um componente de custo relativamente baixo e fácil instalação. De outro modo, foram alteradas (diminuídas) as distâncias entre os cabos que compõem a gaiola de Faraday. Isto equivale a dizer que o número de descidas na maioria das edificações passou de uma prumada a cada 20 metros de perímetro para uma prumada a cada 15 metros de perímetro.”
Situação atual dos edifícios
“Além dessas adequações, acredito que 50% dos condomínios requeiram ao menos uma revisão de reaperto e esticamento dos cabos das malhas que compõem a gaiola de Faraday.”
Resumindo a NBR 54519, edição 2015
“Com a estruturação, a NBR fica composta de quatro (4) partes:
1ª Parte: Princípios gerais = Ameaça da descarga atmosférica Traz informações referentes aos efeitos da descarga; dos valores da corrente; de sua simulação; e dos parâmetros de ensaio dessa descarga atmosférica. Ou seja, fala da corrente de impulso positivo, negativo e subsequente, bem como da duração de uma descarga. Com isso, passamos a ter dados para dimensionar os materiais que devem suportá-la;
2ª Parte: Gerenciamento de riscos = Da incidência da descarga atmosférica Estabelece parâmetros e forma de calcular os riscos advindos da descarga atmosférica. Com isso, é possível gerenciar o risco tolerável e fazer cálculos para que este fique abaixo do tolerável;
3ª Parte: Danos físicos à estrutura e perigo de vida = Projeto Define os materiais do SPDA, contendo especificação técnica dos condutores de descida, dos eletrodos enterrados, embutidos em fundações. Estabelece ainda os tipos e métodos do SPDA; dados sobre classe de proteção, distância entre prumadas, espaçamento das gaiolas, secção de condutores, aterramento, captores e tipo de SPDA; traz uma síntese das especificações mínimas; e define inspeções de um a três anos, dependendo da agressividade do ambiente;
4ª parte: Sistemas elétricos e eletrônicos na estrutura = Proteção contra descargas atmosféricas que são induzidas e não as que atingem diretamente a estrutura Determina o uso do DPS (Dispositivo de Proteção contra Surto) em estrutura e zona de proteção e estabelece valores e tipos do componente.”
(Texto publicado originalmente na edição 209, de fevereiro de 2016) na revista Direcional Condomínios)
Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.