Medidas preventivas de segurança para os condomínios

Prover tecnologia aos acessos do edifício, promover palestras com policiais e participar de programas comunitários de segurança são estratégias contra a criminalidade.

Há pouco tempo, um condomínio com 40 unidades e portaria autônoma, em Santana, zona norte, foi invadido. O acesso se deu por meio de tag perdida por uma moradora. Para evitar que algo semelhante se repita, o condomínio está implantando controle de acesso com reconhecimento facial, conforme relata o síndico profissional Inagê Costa Porto.

O gestor comenta que a tecnologia de detecção facial foi aprimorada e hoje oferece resultado superior ao das primeiras versões. “Atualmente, temos mais confiança em adotar a biometria facial”, diz o síndico, ressaltando que o método ainda traz conforto para os condôminos ao eliminar a necessidade de digitar senhas ou carregar chaveiros de proximidade para ingressar no prédio.

Além do condomínio de portaria autônoma, Inagê estuda implantar a tecnologia que faz leitura dos traços de rostos humanos em mais três residenciais recém-entregues, todos com portaria física, pois o sistema é um suporte ao trabalho do porteiro, reconhece o gestor: “Em condomínios grandes ou com alta rotatividade na portaria, e acessados por tag, existe brecha na segurança, porque com esse dispositivo, o meliante poderá entrar como se fosse um morador”. Por outro lado, havendo leitor facial, a própria presença do equipamento desestimula o mal-intencionado, acredita o síndico. “Mas, se ainda assim, ele tentar encarar o monitor, a não identificação chamará a atenção da portaria, que o interpelará”, fala o gestor.

Habituado com implantações de condomínios, Inagê aponta uma vulnerabilidade nos prédios novos. “As construtoras entregam condomínios convencionais com poucos itens de segurança, como um interfone na entrada social, outro na de serviço, e portão de garagem automatizado, que vem com um sistema de acionamento remoto muito simples, fácil de clonar”, relata.

Para afastar o risco, o síndico recomenda a substituição imediata do acionamento do portão via controle remoto por uma versão anticlonagem ou por sistema de tag veicular. “Muitos questionam o porquê de trocar o controle novinho que a construtora entregou. Não seria um gasto? Não, é um investimento na segurança”, sentencia.

Fora investir em equipamentos, Inagê pondera que há mais para se fazer pela segurança das edificações. “Eu participo de vários grupos do Vizinhança Solidária, onde me informo sobre novos tipos de ações criminosas e compartilho com as empresas terceirizadas e portarias”, conta o síndico, mencionando o programa de prevenção instituído pela Polícia Militar do estado de São Paulo. Também conseguiu levar policiais para palestrarem em seus condomínios. “É uma ação de segurança e cidadania, os moradores passam a entender o dia a dia da polícia e percebem, por exemplo, que não faz sentido acioná-la por um barulho em frente ao prédio, se já sabem que será passageiro. Uma viatura poderia deixar de atender uma ocorrência grave por conta desse chamado”.

Síndico profissional desde 2016, Valdir Cardoso de Barros participa das reuniões de um dos Consegs (Conselho Comunitário de Segurança) da zona oeste, não na condição de gestor condominial, mas de morador do seu bairro. “No Conseg, não interessa se você é síndico, o que dá resultado na busca de soluções é o número de pessoas que se manifestam contra uma situação, como uma onda de assaltos em determinada rua”, esclarece.

Valdir afirma que seria de suma importância ter a massa condominial nas reuniões do Conseg, debatendo problemas de segurança em suas respectivas regiões. “Reconheço, porém, que é improvável que isso venha a acontecer. As pessoas são individualistas, nem do treinamento da Brigada de Incêndio, dentro do próprio condomínio, os moradores querem participar”, lamenta o síndico da zona oeste.


Matéria publicada na edição 295 nov/2023 da Revista Direcional Condomínios

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