Venda de imóveis usados cresce 8,92% em junho, mas semestre fecha em baixa em SP

As vendas de imóveis usados cresceram 8,92% no Estado de São Paulo em junho comparado a maio, segundo melhor resultado do ano, só superado pela alta de 20,72% registrada em março, mas o 1º semestre acabou fechando com saldo negativo de 1,66% por causa das quedas em janeiro, abril e maio.

O resultado de junho apurado em pesquisa feita com 830 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) revelou que três das quatro regiões que compõem o levantamento tiveram vendas maiores no mês: capital (+25,63%), interior (+3,09%) e litoral (+15,86%). Nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco houve queda de 4,34%.

Os empréstimos de bancos públicos e privados financiaram 53,88% das vendas em junho e 42,35% dos imóveis foram vendidos com pagamento à vista. Proprietários parcelaram o pagamento de 3,76% das casas e apartamentos que venderam.

“Quem tem alguma reserva financeira olha para os rendimentos previstos de suas aplicações e, quando antevê alguma oportunidade de um bom negócio ou não tem ainda sua casa própria, acaba optando pela compra”, avalia José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, ao justificar o número elevado de imóveis vendidos com pagamento à vista ou “financiado” pelos proprietários.

Viana Neto cita como exemplos dessa motivação para trocar investimento por imóvel a rentabilidade média projetada para o CDB, por exemplo, que o mercado financeiro chega a estimar em menos de 1% para aplicações em títulos de bancos grandes e de 5% em bancos médios, descontada a inflação e o Imposto de Renda.

“O dinheiro que sai do mercado financeiro e vai para o mercado de imóveis usados tem destinação preferencial para imóveis de mais baixo valor, como reiteradamente têm mostrado as pesquisas do CreciSP”, afirma Viana Neto.

Usados, mais baratos

Os imóveis usados mais vendidos em junho nessas 37 cidades – 60,47% do total – foram os de preços médios até R$ 400 mil. Imóveis mais baratos, de até R$ 200 mil, representaram 29,88% das unidades vendidas. “Além de usualmente ser maior em área total e útil, o imóvel usado é mais barato que um similar novo ou a ser construído, daí ser muito oportuno que se façam as contas antes de se tomar uma decisão”, recomenda Viana Neto.

Com esses R$ 200 mil, lembra o presidente do CreciSP, “certamente se compra um imóvel maior que alguns microapartamentos de 18 metros quadrados que estão sendo vendidos na capital em média por R$ 201 mil. Há imóveis até menores, de 10 m2, sendo oferecidos também por R$ 200 mil.”

Enquanto apartamentos desse tipo são como as antigas quitinetes, com todos os cômodos integrados, pelos mesmos R$ 200 mil ou até menos foi possível comprar em junho apartamento de dois dormitórios em bairro central de Guarulhos (R$ 170 mil), casas de dois dormitórios em bairros também centrais de Sorocaba (entre R$ 180 mil e R$ 230 mil) ou ainda até quatro quitinetes também no centro de Praia Grande (a partir de R$ 50 mil).

Segundo a pesquisa CreciSP, as faixas de preços de metro quadrado dos imóveis usados mais vendidos no Estado foram as de até R$ 5.000,00, com 62,28% do total. Individualizadas as faixas, a que registrou mais participação no conjunto de vendas foi a dos preços entre R$ 3.000,01 a R$ 4.000,00, com 30,63% do total.

Apartamentos, mais vendidos

Os apartamentos foram mais vendidos que as casas em junho no Estado de São Paulo (61,18% e 38,82%, respectivamente). Por região, a performance das casas foi melhor no interior, onde “empataram” com os apartamentos – a participação delas nas vendas foi de 49,09% e a dos apartamentos, de 50,91%.

A pesquisa CreciSP apurou que os descontos que os proprietários concederam aos compradores sobre os preços originalmente pedidos foram de 6,5% para casas e apartamentos situados em bairros de áreas nobres das 37 cidades, de 6,94% para os de bairros centrais e de 6,57% para os de bairros de periferia.

Locação tem alta de 2,85% em junho e 1º semestre com saldo positivo de 19,5%

A locação de imóveis residenciais cresceu 2,85% em junho frente a maio nas 37 cidades do Estado de São Paulo pesquisadas pelo CreciSP, pondo fim a dois meses seguidos de baixa. Com esse resultado, o primeiro semestre fechou com saldo positivo acumulado de 19,5%.

O crescimento ocorreu nas quatro regiões que compõem a pesquisa:  capital (+1,91%), interior (+3,11%), litoral (+38,9%) e as cidades do ABCD, Guarulhos e Osasco (+2,68%).

Os imóveis mais alugados, com 55,49% do total, foram os de aluguel mensal de até R$ 1.200,00, com os novos inquilinos preferindo as casas (52,72%) aos apartamentos (47,28%).

Os descontos sobre os preços inicialmente pedidos pelos donos dos imóveis aumentaram 19,01% para aqueles situados em bairros nobres (de 7,89% em maio para 9,39% em junho) e 21,89% para os de bairros de periferia (de 8,77% para 10,69%).

Nos bairros centrais o desconto ficou 16,56% menor, baixando de 10,57% em maio para 8,82% em junho. Não por acaso, foi nesses bairros que se concentraram 71,08% das novas locações de junho.

Entre os aluguéis médios mais baratos encontrados pela pesquisa CreciSP no Estado estão os de casas de dois cômodos na periferia de Osasco (R$ 380,00 mensais), casas de um dormitório em bairros centrais de Franca (R$ 330,00) e casas de dois cômodos em bairros do centro de São Vicente (R$ 550,00).

Alguns dos aluguéis mais caros foram os de casa de quatro dormitórios em bairro nobre de São Bernardo do Campo (R$ 7.600,00 mensais), casas também de quatro dormitórios em bairro nobre de Itu (R$ 8.000,00) e casas de três dormitórios em bairros também nobres de São Sebastião (entre R$ 3.500,00 e R$ 7.500,00). 

Fiador na liderança

A maioria dos novos contratos (34,82%) tem o fiador como garantidor do pagamento do aluguel em casa de inadimplência dos inquilinos, seguido do seguro de fiança (31,5%), do depósito de três aluguéis (20,75%), da caução de imóveis (8,6%), da cessão fiduciária (2,42%) e da locação sem garantia (1,91%).

A 830 imobiliárias informaram que o percentual de contratos cancelados em junho equivaleu a 75,5% do total de novas locações, seja por motivos financeiros (47,15%) ou por outro como necessidade de mudar de imóvel ou cidade (52,85%).

A inadimplência em junho foi de 3,92% do total de contratos em vigor nas 830 imobiliárias, 14,26% menor que os 4,58% que estavam devedores em maio, segundo apurou a pesquisa CreciSP.

A pesquisa CreciSP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

 

 

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